quarta-feira, 26 de junho de 2013
Sobre nossos animais de estimação
Em uma discussão dinâmica, ouvi alguém dizer que odeia assistir programas dominicais como " Fantástico" ou "Domingo Espetacular", e outros que vão ao ar durante a semana, quando o tema é cuidado com os animais. Segundo a fonte, parece que a mídia dá mais valor aos bichos do que às pessoas, que morrem em grande número todos os dias em virtude de atos violentos ou de descaso das autoridades.
Em uma primeira análise, a argumentação parece sólida, mas devemos avaliar um fato importante: se não amamos os nossos animais de estimação, é possível que também não amemos quem viva conosco no dia a dia.
Ficamos horrorizados quando ouvimos, lemos ou assistimos reportagens em que uma pessoa mata outra pessoa devido a uma dívida de dez reais. Ficamos mais horrorizados ainda quando sabemos que jovem vai assistir partida de futebol e é morto por um fanático que viu seu clube perder; todavia, não nos horrorizamos quando a mídia nos informa de maus tratos a cães e gatos, de pirataria com animais silvestres, que morrem em espaços exíguos ou por doença, ou por sede ou por fome. A briga de galos ainda é comum em alguns recantos do Brasil. De vez em quando, muares, cavalos e cabras são soltos nas estradas e mortos por atropelamentos. Onde estão os donos desses bichos? Onde está a lei que os protege?
Recentemente, a morte de um cavalo que puxava uma charrete no Central Park, em New York, levantou a polêmica sobre o tratamento que oferecemos a espécies tão antigas que sempre nos serviram. Lá, na cidade americana, eles fazem parte da paisagem e turista que é turista passeia de charrete, mas a sociedade se divide em manter ou não manter esse privilégio aos turistas em nome da proteção do animal.
No Brasil, parece-nos que essa preocupação não existe. Excetuando o gado premiado em grandes e excêntricas feiras agropecuárias, vacas cujas crias valem milhões e touros cujos espermas são tesouros, animais ainda trabalham mais do que os homens ou vivem em circunstâncias muito deprimentes.
Quando nos cansamos de nossos cães e gatos ( ou quando nossos vizinhos não os aceitam por quaisquer razões), envenenamos nossos "pets" com chumbinho e outros venemos ou os deixamos morrer sem atendimento veterinário. Basta um tour pelas nossas cidades e veremos principalmente felinos e caninos mortos em espaços públicos, envenenados ou devido a causas naturais como velhice acompanhada de abandono.
Na discussão citada anteriormente, houve um momento de tensão e de dinâmica : mídia precisa de denúncia para criar a reportagem e levar ao ar ou se faz necessário que um internauta, munido de um celular com câmera, registe o mau trato e compartilhe o vídeo ou a imagem para que o assunto seja debatido. Já não é hora do censo buscar as estatísticas de quantos animais possuem as famílias brasileiras e como eles são tratados? Não seria importante descobrir a causa de seus óbitos? Não é a hora de tirar o chumbinho e outros venenos do mercado negro? Se não, para que a campanha que é veiculada nas reportagens televisas solicitando à população do país para que adote os animais abandonados? Você adota e seu vizinho mata o bichinho...
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