segunda-feira, 27 de maio de 2013
Saúde no Brasil: a precária realidade
Não é de agora que a saúde do Brasil é uma brincadeira. Apesar de o SUS (Sistema Único de Saúde) ser um bom celeiro de médicos renomados, conseguir uma consulta com essas estrelas não é uma tarefa fácil.
Supõe-se que, quando se vai ao médico, é porque precisa de um atendimento rápido, já que se encontra doente, com limitações, que precisam ser resolvidas o quanto antes. Mas, isso não é o que acontece. A demora para conseguir uma consulta demora meses e até anos.
Se ligarmos a televisão ou abrirmos o jornal veremos que a saúde no Brasil é bem precária. E não estamos falando de remédios que faltam ou de poucos leitos que têm, estamos falando de uma necessidade primária: o atendimento.
Em São Paulo para conseguir marcar uma consulta no SUS demora meses. Imagina em outras regiões do Estado, no interior, por exemplo. Em Barretos, temos um caso de um paciente, com problemas no coração, que não conseguiu marcar um exame, demorou quase um ano para fazer. Que espera é essa? Quem pode esperar por isso? O paciente que paga seus impostos e pretende ser atendido, pelo menos, com respeito e dignidade? Pois é. A realidade é essa.
E não é só na consulta que a demora é imensa não. Depois da consulta, em muitos casos, o paciente precisa fazer exames e é aí que o negócio começa a complicar. Pode demorar anos, como o caso de Barretos, e às vezes o hospital da cidade nem tem o equipamento necessário para a realização do exame também. O paciente, doente, tem que se virar para ver onde vai realizar o procedimento e, claro, aguardar, aguardar e aguardar. Se ele tiver sorte, fica vivo para aguardar, se não, morre antes de fazer o exame.
Depois do exame feito tem o diagnóstico que precisa ser feito. E o resultado do exame é rápido? Imagina. Obedece o mesmo padrão de qualidade dos outros serviços. Demora. Demora tanto que às vezes o paciente perde a consulta de retorno porque os exames não ficaram prontos. Isso pode acontecer em um país que quer ser primeiro mundo? Para os governantes sim, que têm plano de saúde (pago por nós) e conta com a agilidade e alta tecnologia dos laboratórios particulares.
Mas, não é só quem não tem plano de saúde que sofre não. Muitos que pagam convênios também ficam à mercê da boa vontade deles. O carnê para pagamento sempre chega a tempo, mas, para marcar uma consulta com determinado médico, em muitos casos, também pode demorar muito.
Parece que agora isso vai começar a mudar, pelo menos para os planos de saúde. Isso porque, no mês passado, o Ministério da Saúde baixou uma portaria onde obriga os convênios médicos a atenderem pacientes com determinadas patologias em um determinado tempo. Para se ter uma ideia, quem tem câncer, tem que ser atendido até, no máximo, em 14 dias.
Não é muito, mas, já é um avanço. Depois disso o SUS também firmou alguns prazos para atendimento. Mas, quem vai fiscalizar isso? De que forma as pessoas poderão ser atendidas com rapidez? Ninguém sabe.
Mesmo com toda essa desordem, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acredita que as coisas começarão a mudar. Ele, que no começo deste mês assinou uma série de portarias que prevê melhorias no atendimento básico, ou seja, postos de saúde, diz que cerca de 80% dos pacientes podem ser tratados adequadamente em postos de saúde. Será? Talvez, se eles chegarem a ser atendidos pode ser que sim.
Não podemos esquecer que os médicos e nem os trabalhadores da saúde têm culpa de tudo isso. É o sistema, como um todo, que não funciona muito bem. Muitos são mal remunerados, não têm material para trabalhar direito, trabalham horas a fio sem descanso, etc.
Como mudar essa realidade? Votando direito, com consciência e reivindicando, sempre.
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